Na última semana, a Balenciaga lançou seu lookbook de verão 2025 e rapidamente chamou a atenção dos fashionistas. O detalhe que causou burburinho? Modelos que calçavam algo tão discreto que mal podia ser percebido. Era como se vestissem apenas uma palmilha fina, presa ao pé pelo dedão.
Essa inovação foi batizada de Zero, uma sandália ultraleve e sem salto, moldada em 3D. Segundo a Balenciaga, a proposta “destila o calçado à sua essência”. Disponível por 350 euros, a peça já divide opiniões. Enquanto alguns seguidores do perfil Demnagram, dedicado à marca, declararam interesse com frases como “Seja lá o que for, eu quero”, outros se mostraram incrédulos: “Você está tirando sarro de quem?”. Procurada, a grife optou por não comentar a repercussão.
Essa polarização, no entanto, reflete um fenômeno maior. Os sapatos barefoots, como são conhecidos, estão ganhando espaço e prometem transformar o mercado de calçados. Projetados para maximizar o contato do usuário com o solo e oferecer maior liberdade aos dedos, eles são o equilíbrio perfeito entre funcionalidade e minimalismo.

A ascensão dos calçados barefoots
Marcas pioneiras como Vibram FiveFingers e Vivobarefoot estabeleceram as bases para essa tendência. Segundo a Allied Market Research, o segmento de calçados barefoot deve atingir quase US$ 800 milhões até 2031, um aumento impressionante de 40% em relação ao mercado atual.
Essa busca por modelos mais naturais, que priorizam a anatomia dos pés, também começa a impactar coleções de grifes renomadas. Designers como JW Anderson, com seus sapatos de “pata”, e Phoebe Philo, com criações de sola fina e formato largo, estão incorporando a essência barefoot em suas produções. Além disso, a exposição dos dedos e a simplicidade estética começam a ocupar o mainstream, influenciando novos padrões de design.

Por que essa tendência faz sentido agora?
Os consumidores estão cada vez mais preocupados com o conforto e a saúde. Estudos indicam que calçados convencionais, muitas vezes apertados ou de salto alto, podem causar problemas como joanetes e dores crônicas. Os sapatos barefoots prometem justamente o contrário: permitir que os pés se movimentem como foram projetados pela natureza.
Outro fator que impulsiona a popularidade desse estilo é a sustentabilidade. Sandálias minimalistas como a Zero utilizam menos material, reduzindo o impacto ambiental. O design simplificado também casa com o conceito de moda atemporal, algo que ganha força diante de um público cada vez mais consciente.
Barreiras e desafios no mercado
Apesar do crescimento, a aceitação universal dos calçados barefoot ainda enfrenta desafios. O design ousado nem sempre agrada a todos, e há quem questione a eficácia desses modelos no dia a dia. Além disso, o preço elevado de peças assinadas por grifes de luxo pode limitar o alcance dessa tendência.
Por outro lado, marcas acessíveis, como Crocs e Havaianas, já demonstraram interesse em explorar versões adaptadas desse conceito. Essa movimentação pode popularizar ainda mais o estilo e garantir sua permanência no mercado.
O futuro do barefoots na moda
O sucesso dos sapatos barefoot vai além do design. Eles representam uma mudança de mentalidade: consumidores que buscam autenticidade, bem-estar e conexão com a natureza. Grifes que investem nessa tendência podem estar não apenas se alinhando aos desejos do público, mas também se antecipando a uma revolução no mercado calçadista.
Com modelos como o Zero, a Balenciaga parece liderar essa transição. Em 2025, a pergunta talvez não seja se você usaria um sapato barefoot, mas qual modelo escolheria. Afinal, ame-os ou